A idade média dos integrantes do nosso grupo é de 20 anos. Em consequência disso, são poucas as experiências que tivemos com outros meios de comunicação, como por exemplo, as cartas.
Para sentir na pele como eram as coisas alguns anos atrás, decidimos marcar um encontro através de cartas, e, depois disso, relar a experiência realizada.
Alexandre Ferraz
Inicialmente, fui o responsável por colocar as cartas no correio, pois moro em Mogi das Cruzes e, como todos os outros integrantes vivem em São Paulo ou na região do ABC, a distância percorrida pelas cartas seria maior. Para enviar uma mensagem simples, e que através da internet ou celular não gastaria mais do que 5 minutos, foi necessário planejar todo o meu dia. Redigi as cartas manualmente, fui até uma papelaria comprar os envelopes e depois disso fiquei mais de uma hora na agência do correio selando e esperando para poder completar a tarefa. O que mais me surpreendeu com a experiência foi todo o trabalho necessário para enviar as cartas. Eu, que sempre pude fazer isso apertando dois botões, senti todas as dificuldades que as pessoas enfrentavam alguns anos atrás.
Priscila Pennella
Assim que recebi a carta no dia 20/12, entrei no site dos Correios para verificar o horário de atendimento e me deparei com a primeira dificuldade. O horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. Neste horário eu estou trabalhando, portanto apenas consegui ir ao posto dos Correios responder a carta no dia 27/12.
Como eu não tinha envelope e selo precisei ir ao posto dos Correios e aguardar na fila que havia cerca de 15 pessoas. Todo o processo demorou uma hora.
No ritmo da sociedade que vivemos hoje, a comunicação por carta é totalmente inviável. A velocidade das informações é muito rápida. Demorar dias para receber uma resposta pode desde inviabilizar uma festa, como um projeto, um negócio.
Apesar das dificuldades encontradas, a experiência foi muito interessante no sentido de ser algo diferente. Como eu não estou acostumada a receber cartas acabou-se criando uma expectativa de receber essa carta. Além disso, o fato de ler a carta escrita a mão, me apareceu um convite mais pessoal e próximo.
Carolina Reis
Recebi a minha carta e fiquei impressionada com a rapidez, ela chegou em apenas um dia, já na hora de responder eu sempre adiava a resposta, fui adiando, adiando e no último dia resolvi ir enviar a carta. Cheguei uns minutinhos atrasada na agência dos Correios e ela já estava fechada. Tive que voltar no dia seguinte. Eu gastaria muito menos tempo utilizando o celular.
Beatriz Barbosa
Recebi minha carta, para a minha surpresa, um dia após ela ter sido enviada. Foi algo que não calculamos, pois o intuito desta experiência era mostrar um enorme abismo entre a comunicação por meio de cartas e a comunicação por meio de ferramentas modernas. De fato, a demora de um dia para receber uma mensagem que levaria um minuto para ser encaminhada já é bem contrastante, mas a maior discrepância entre os dois meios de comunicação, a meu ver, foi a praticidade presente em um e ausente no outro. Eu só consegui enviar a minha carta no último dia do prazo estipulado pelo grupo, por falta de tempo e de planejamento. No entanto, se fosse uma conversa através de mensagens instantâneas, eu poderia ter respondido rapidamente enquanto fazia outras coisas, o que frequentemente ocorre em outras situações do meu cotidiano.
Natália Wendy
Recebia a carta no dia 18/12 e fiquei surpresa pois pensei que iria demorar pelo menos quatro dias. No sábado, dia 21, fui colocar a resposta da carta recebida no correio e estava fechado, pensei que todas as agencias funcionassem aos sábados das 8h às 12h, mas me enganei, das quatro agencias da minha cidade, São Caetano do Sul, apenas uma funciona aos sábados. Devido a problemas pessoais só consegui enviar a carta no dia 27.
Essa experiência foi muito interessante, pois estamos acostumados a e-mails e mensagens que chegam ao destinatário rapidamente, em torno de 1 minuto. E sempre precisar se locomover ,sair de casa, para enviar, o que facilita a resposta rápida.
Anderson Camara
A vantagem de receber uma carta é a presença física daquilo, um objeto que fica em suas mãos e que pode ser guardada, a ação de abrir uma carta e lê-la é muito gratificante e dá um ambiente de maior pessoalidade entre o remetente e destinatário, mas também existem as desvantagens da mesma, como o temo demandado para utilizar este meio de se comunicar, a menor acessibilidade, limitações geográficas, entre outras.
Priscila Prado
Por ser época de natal, o estranhamento por ter chego uma carta pra mim de um colega foi menor em casa. Demorei quase um dia para abri-la, pois quando chegou eu estava de saída e no dia seguinte fui trabalhar logo cedo. Li e vi o que teria que responder. Mas por ser final de semana teria que esperar mais alguns dias para mandá-la. Isto é um pouco ruim por que acaba sendo um fardo ter que responder a carta. Ainda bem que minha avó tinha todos os aparatos em casa como selo, envelope… pois senão ainda teria que ir atrás disto. Deixei minha carta em um destes postes dos correios que ficam nas ruas; conheço a agência ‘mais próxima’ da minha casa, mas mesmo assim ela era longe. Preferi deixar ali já que a carta estava com o selo. Foi uma experiência nova para mim marcar um encontro por carta. Já troquei cartas quando bem mais nova (sempre com o auxilio da minha avó) com amigas que moravam longe que eu só via nas minhas férias que eu passava no interior. Neste ponto a tecnologia ajudou e aproximou muito o contato, por ele ser instantâneo, basta depois a pessoa ver. A comunicação pela internet também pode contar com imprevistos como seu computador quebrar, a luz em casa acabar… mas mesmo assim é uma forma mais simples, eficaz e rápida.